]]> Osvaldino Rangel (6 de abril de 1964 – 27 de fevereiro de 2019), o virtuoso guitarrista fluminense conhecido como Dino Rangel, dominava sobretudo a língua do jazz.
Em vez de tocar música brasileira com a influência do jazz tão propagada pela turma da Bossa Nova, Dino Rangel invertia a mão, tocando jazz com a assumida influência da música do Brasil, aprendida por ele com a audição atenta de mestres do violão como Hélio Delmiro.
Nascido em Niterói (RJ) há quase 55 anos, Dino Rangel morreu ontem, vítima de infarto. A morte do guitarrista está sendo lamentada hoje nas redes sociais por músicos do Brasil como os bateristas Pascoal Meirelles e Rafael Barata.
Alguns lembram que Dino era da mesma cidade natal de Arthur Maia (1952 – 2018), baixista conterrâneo que morreu há pouco mais de dois meses. Maia, aliás, integrou como músico a ficha técnica do primeiro álbum solo de Dino, Café (1998), lançado pelo selo Niterói Discos. Neste álbum, gravado entre 1996 e 1997, Dino Rangel se apresentou como compositor e arranjador.
Dino Rangel estudou com guitarrista de jazz nos Estados Unidos. Mas nunca se dissociou da música do Brasil. Tanto que, em 1991, anos antes de iniciar a discografia solo, entrou para o grupo Brasilianas.
Reconhecido por críticos e por músicos como guitarrista de técnica extraordinária, Dino Rangel viveu muito nesse vaivém entre o Brasil e o exterior. Tanto que, dez anos após o disco Café, lançou um segundo álbum, intitulado Partir… Voltar (2008) pelo mesmo selo da cidade natal de Niterói.
Nesse disco, Dino deu prioridade a músicas de ritmos nacionais, assinadas por compositores brasileiros como Antonio Carlos Jobim (1927 – 1994) e Guinga, entre outros, mas sem jamais perder de vista no álbum a liberdade propiciada pelo toque do jazz.
A partir dos anos 2010, o artista se dividiu entre a atividade de músico e o ofício de professor de guitarra, exercido em série de oficinas nas quais procurou passar o talento singular que fez de Dino Rangel um dos maiores guitarristas do Brasil.
Editoria de Arte / G1